Antigomobilismo: a paixão pelos carros do passado

Há aqueles que só admiram e outros que realizam o sonho em adquirir um clássico. Existem também os colecionadores e aqueles que carregam uma herança de família.

     A paixão por carros antigos, conhecida como antigomobilismo, é compartilhada por muitos brasileiros, cujos grupos e eventos para reunir quem têm o mesmo hobby crescem a cada ano. Com Itapeva não é diferente! Há 7 anos, nascia no pátio do então Posto Ipiranga, no Jardim Maringá, o Quinta Tétano.

     De acordo com o automobilista, Érico Moura Camargo, esse grupo foi criado a partir da junção entre alguns amigos, que em uma quinta-feira, dia 9 de março de 2017, no final da tarde se reuniram para bater papo em um posto de combustível. Coincidentemente naquela data estavam todos com os seus carros antigos. 

     “Na ocasião, o Rodrigo, que faz parte do grupo, chamou a atenção de que estávamos reunidos para conversar, mas todos acompanhados de nossas máquinas antigas. O Junior com um Passat, eu com um Gol, ele com um Fusca, o Mauro com um Chevrolet Brasil e o Gustavo com um Doge. Depois chegou o Romeo, que é entusiasta e proprietário de veículo antigo também. E por último o Fabrício, dono do posto, que tinha uma F-1000. Vendo aquela reunião de veículos do passado em seu pátio, abraçou a causa e permitiu que nos reuníssemos lá toda a semana. Foi quando teve início o encontro de carros antigos em nossa cidade”, relembra Érico.

     Com assuntos que giram em torno dessa cultura, o Quinta Tétano foi aumentando e agregando cada vez mais pessoas interessadas pelo antigomobilismo. Quem passa pelo posto durante a reunião, fica maravilhado com a exposição dos carros perfilados. 

     “A troca de conhecimentos e experiências do mundo antigomobilista, geralmente acontece de maneira muito ampla. Até porque, o proprietário do veículo, o conhecedor da cultura, jamais guarda para si. E é engraçado, porque quando você pergunta para uma pessoa proprietária de um veículo antigo, sobre o carro dele, você pode esperar uma carga gigantesca de informações. Essa troca é muito bacana”, conta Érico.

     Os encontros são realizados todas as quintas-feiras, a partir das 19h30. Atualmente, os amantes dos carros antigos, se reúnem no pátio do posto Zanforlim, ao lado do Fórum. Mas o Quinta Tétano também realiza grandes eventos anuais e encontros mensais em bares e restaurantes de Itapeva. 

     “O proprietário do posto, Matheus Zanforlim, destinou uma área para colocarmos os veículos de maneira ordenada e em 45 graus. O grupo é sazonal. A frequência é aleatória, flutuante. Também existem os eventos anuais que fazemos. Como, por exemplo, o Garagem do Pimenta, no Pimenta Brasil, que após um evento de experiência, acabou entrando no calendário do grupo. Realizamos ainda no mês de dezembro outro, em que são convidados veículos e proprietários da região toda e temos um anual aberto ao público. No Bar do Beto temos o Motor Show também uma vez por ano. Além desses encontros, uma quinta do mês saímos do posto e nos reunimos na Cachaçaria Água Doce, na Tamires Nogueira, no Santorini, na Arena Beletti, ou no próprio Bar do Beto”, conta.

     O grupo é bastante democrático e não faz distinção do veículo, tendo inclusive membros com carros dos anos 2000. No whatsapp são mais de 300 participantes e efetivamente nas reuniões este número se reduz em cerca de 50 membros.

     Para participar do Quinta Tétano basta gostar e ter paixão pelo antigomobilismo. O veículo antigo é uma coisa que exige dedicação, gosto de verdade, conhecimento da parte mecânica e elétrica. 

     “Qualquer pessoa pode participar, existe aquele participante que não possui um veículo antigo, mas é frequentador. Qualquer cidadão é muito bem-vindo, mas acaba acontecendo uma seleção natural, pois tem pessoa que não gosta, começa a frequentar e percebe que não é muito o que imaginou que seria. Tem pessoa que não conhecia e que começa a participar, toma gosto e adquire um veículo”, explica.

     A verdade é que, enquanto alguns aguardam ansiosamente as inovações das montadoras, os membros do Quinta Tétano, sentem o coração, literalmente acelerar, com as relíquias do passado. Por essa paixão, pelo incentivo dos participantes e de outras pessoas de fora, o grupo resiste ao tempo e ao espaço. 

     “Ser um dos responsáveis por esse grupo é uma satisfação muito grande. Estamos completando 7 anos de existência e conseguimos manter, não só a questão da cultura do antigomobilismo, como também essa gama de pessoas que se reúnem e prestigiam. Às vezes um simples elogio de uma pessoa de fora, que conhece o grupo via internet, ou te dá parabéns na rua, já faz com que tenhamos mais vontade de manter e continuar com essa tradição na nossa cidade. Temos na nossa região, muitos amigos que prestigiam o encontro, inclusive às quintas. Eles vêm de Sengés, Itararé, Capão Bonito, Itaberá e Itapetininga, participam e voltam para suas cidades no mesmo dia. Tenho muita satisfação por esse grupo sólido, o qual não impõem critérios e abraça todos de maneira indistinta”, finaliza Érico.

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