A depressão é uma das condições mais prevalentes no mundo moderno e, ao mesmo tempo, uma das mais difíceis de ser compreendida. Ela afeta milhões de pessoas globalmente, atravessando todas as idades, classes sociais e contextos. De acordo com a Dra. Edianez Chueiri, psicóloga especialista em transtornos emocionais, a depressão não é apenas uma “falta de força de vontade” ou uma simples tristeza, mas uma doença complexa que envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais.

“A depressão é muito mais do que um estado de tristeza. É uma alteração química no cérebro que interfere nas funções diárias do indivíduo. Ela pode se manifestar de diversas formas, desde uma sensação constante de desânimo até crises de angústia, e muitas vezes, a pessoa se sente completamente sobrecarregada e incapaz de encontrar prazer em atividades que antes eram prazerosas”, explica a Dra. Edianez.

Segundo a especialista, a falta de conhecimento sobre a doença ainda é um grande desafio. Muitas pessoas relutam em procurar ajuda por medo de estigmatização ou por não entenderem os sinais que o corpo e a mente estão enviando. “A sociedade tende a ver a depressão com uma ótica simplista, acreditando que é algo que passa com o tempo ou que pode ser superado com uma mudança de atitude. Porém, a depressão é uma doença que exige tratamento, seja com psicoterapia, medicação ou uma combinação de ambas”, pontua.

Muitas vezes, os indivíduos com depressão não conseguem pedir ajuda, e aqueles que estão ao redor podem perceber mudanças sutis no comportamento, como o afastamento social ou a diminuição da produtividade

Os sintomas da depressão podem variar entre os indivíduos, mas alguns dos mais comuns incluem: tristeza persistente, apatia, falta de energia, alterações no apetite e no sono, dificuldade de concentração e pensamentos suicidas. A Dra. Edianez enfatiza a importância de se atentar a esses sinais, tanto em si mesmo quanto nas pessoas ao redor. “Muitas vezes, os indivíduos com depressão não conseguem pedir ajuda, e aqueles que estão ao redor podem perceber mudanças sutis no comportamento, como o afastamento social ou a diminuição da produtividade”, ressalta.

O tratamento, segundo a Dra. Edianez, deve ser sempre personalizado. “Cada paciente é único, e o tratamento deve levar em consideração o histórico de vida, os fatores emocionais e, claro, o suporte social disponível. Em muitos casos, uma abordagem integrada, que envolva terapia cognitivo-comportamental, medicamentos antidepressivos e mudanças no estilo de vida, pode trazer resultados positivos”, comenta a psiquiatra.

A depressão é uma condição tratável, mas, assim como qualquer doença, quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhores serão os resultados

Por fim, a Dra. Edianez reforça a importância de buscar apoio o quanto antes. “A depressão é uma condição tratável, mas, assim como qualquer doença, quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhores serão os resultados. A recuperação é possível e, com o apoio adequado, o paciente pode retomar uma vida plena e satisfatória.”

A luta contra a depressão exige compreensão, paciência e, acima de tudo, a busca por ajuda profissional. A conscientização sobre os sintomas e o tratamento adequado é essencial para que a sociedade enfrente este desafio de maneira eficaz.

Em Itapeva, assim como em muitas outras cidades, existe a questão da dificuldade e do preconceito em relação à busca por tratamento para a depressão. Muitas pessoas, por medo do estigma ou pela falta de informação, demoram a procurar ajuda profissional, o que pode agravar ainda mais o quadro. A sociedade local, ainda permeada por tabus, muitas vezes encara a doença como algo vergonhoso ou como um sinal de fraqueza, o que faz com que os indivíduos relutem em admitir suas dificuldades emocionais e, consequentemente, atrasem o acesso ao tratamento adequado.