Ultrapassando as barreiras, vencendo limites!

Itapeva tem se destacado no cenário esportivo internacional, cujos talentos têm representado a cidade com competividade, determinação e grandes vitórias em outros países. Os atletas do Jiu-Jitsu, Julio César dos Santos e sua esposa Carla, e os meninos da Escolinha de Futebol FUT são os maiores exemplos.

Conquistando a Europa e os Estado Unidos

     Aos 41 anos, o atleta itapevense Julio César dos Santos tem colecionado medalhas e levado o nome de Itapeva além das fronteiras.

     Em janeiro deste ano, Julio sagrou-se campeão europeu de Jiu-Jitsu, em campeonato da IBJJF (International Brazilian Jiu Jitsu Federation), disputado na França. Graduado na faixa marrom, o atleta participou da categoria Master III, peso pena até 70 quilos e trouxe a medalha de ouro para a cidade natal, depois de sete dias em Paris. 

     “Foram três lutas até a final e eu consegui finalizar todos os meus oponentes, ou seja, antes de acabar a luta, o adversário dá três tapinhas ou fica submisso à técnica do outro. No caso finalização é submissão do adversário e eu venci minhas três lutas por submissão, sagrando-me campeão europeu da categoria”, contou.

     Antes da conquista, o atleta se preparou bastante, mas sentiu falta de sua esposa Carla, que sempre o acompanha em suas competições, a qual não pôde ir a Paris devido ao alto custo da viagem. Entretanto, Julio teve o apoio de seu filho, que há nove reside na Irlanda. 

     “Consegui me preparar bem fisicamente. Psicologicamente, senti muita falta da minha esposa, porque ela vai comigo em todos os campeonatos e fez muita falta neste. Sorte que o meu filho estava por lá, pois ele mora na Irlanda e me acompanhou durante todos os dias, me dando suporte psicológico. Graças a Deus correu tudo bem e ele compensou a ausência da Carla”, confessou.

     Mas, no mês de março, Julio trouxe mais uma medalha para a casa. Desta vez ao lado da esposa, a qual também é praticante da arte marcial. Eles estiveram em Kissimmee, na Flórida (EUA), onde participaram do Panamericano de Jiu-Jitsu. Julio acabou ficando com o bronze e Carla com a prata.

Por acaso no tatame

     Profissional do Jiu-Jitsu, Julio começou um pouco tarde no esporte. Foi apenas aos 33 anos que descobriu a sua paixão pela luta e um meio de se aproximar mais de seu filho. Policial Militar de carreira, foi apresentado ao Jiu-Jitsu por colegas de profissão e depois de iniciar na arte marcial nunca mais desistiu dos tatames. 

     “O Jiu-Jitsu surgiu na minha vida quando eu estava com 33 anos Achei nesta arte marcial um meio de eu me aproximar mais do meu filho, porque como eu trabalhava bastante, não tinha muito tempo para ficar com ele. Começamos a treinar juntos e a competir. Neste momento despertou em mim a vontade de ser competitivo e isso foi o que me segurou no Jiu-Jitsu até hoje”, avaliou.

     Considerada como a “arte suave” e introduzida no Brasil pela família Grace, esta modalidade milenar, tem como fundamento tornar o indivíduo mais seguro e autoconfiante. Seu aprendizado é recomendado por médicos, psicólogos e educadores, como integrante da educação, paliativo de tensões psíquicas e fator de desenvolvimento físico.

     “O Jiu-Jitsu mudou minha vida, principalmente a ter mais disciplina, porque requer foco, determinação para treinar e perder peso também para competir. O Jiu-Jitsu trabalha o corpo todo e para as competições obriga a comermos melhor. Eu avalio que o Jiu-Jitsu é uma das artes marciais mais eficazes em termos de defesa pessoal. Também alivia o estresse, eleva a autoestima e melhora a qualidade de vida. É um dos melhores esportes a ser praticado, tanto por adulto, quanto por criança”, argumentou Julio.

     É importante ressaltar, que o Cabo PM Júlio César é instrutor de defesa pessoal da Polícia Militar do Estado de São Paulo, contribuindo não apenas como atleta exemplar, mas também compartilhando o seu conhecimento para o aprimoramento dos colegas de profissão.

Uma prata com sabor de ouro

     Também em janeiro, a FUT Escola de Craques, participou em Montevidéu do Torneio Internacional de Futebol Infantil Uruguay Cup. O Grêmio de Porto Alegre e a FUT de Itapeva foram os únicos representantes do Brasil na competição. Oito países estiveram presentes. Além do Brasil e dos donos da casa, também participaram times da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela e Paraguai.

     Mais de 200 equipes se enfrentaram durante 10 dias de evento. A FUT participou com 28 atletas, divididos em duas equipes nas categorias Sub-15 (nascidos em 2009) e Sub-14 (nascidos em 2010/11). Os atletas foram verdadeiros heróis e conquistaram o vice-campeonato nas duas categorias.

     “Nossa participação foi excelente, pois conquistamos o vice-campeonato de forma invicta, perdendo apenas a final nos pênaltis. Eles foram brilhantes. Mas além disso, em primeiro lugar, destaco a importância de disputar um torneio internacional. Vai muito além das quatro linhas, muito além da parte esportiva. 95% era a primeira vez que estava viajando de avião, a primeira vez indo para outro país. Tiveram contato com uma cultura diferente e isso é um aprendizado fantástico, que vão levar para o resto da vida”, frisou o técnico e professor Fabio Oliveira.

     De acordo com Fabinho, a dedicação e determinação dentro de campo foram fatores imprescindíveis para a conquista e para esta experiência incrível que os meninos puderam ter em suas vidas.

     “Eles foram muito guerreiros. Desde o momento, a um ano atrás, que compramos a ideia de ir e aceitamos este desafio, eles se dedicaram e treinaram muito. Foi treino às 7 da manhã e às 8 da noite durante a semana e às 9 da noite aos finais de semana. Essa relação com o comprometimento é importantíssima na formação das pessoas. Eles foram demais, tanto que nós fomos convidados para disputar uma Copa América, representando o Brasil, no ano que vem, na Colômbia”, confessa. 

     Contudo, também teve a dedicação extracampo. Além de um treinamento rígido, os atletas também tiveram que se desdobrar para arrecadar fundos, a fim de que a viagem acontecesse.

     “Desde quando recebemos o convite da organização do evento, já pensamos uma forma de arrecadação para angariar dinheiro, pois a participação estava aberta a todos, seja o menino do privado, seja o menino do social. Nosso grupo é muito heterogêneo, temos atletas de todos os bairros de Itapeva. Vendemos pizza, promovemos festa junina para arrecadação, vendemos rifa, fizemos bingo de uma moto 0 km, enfim vários eventos para que pudéssemos viabilizar essa viagem. Aliás, fica aqui o nosso agradecimento a todo mundo que de certa forma contribuiu comprando um número de uma rifa, cartelas de bingo, ou mesmo algumas empresas que nos ajudaram com patrocínio. Também aos pais, que confiram seus filhos à nossa Comissão Técnica. Todos nós temos que nos esforçar e nos dedicar ao máximo para realizar os nossos sonhos”, finalizou Fabinho.

PUBLICIDADE